22/10/2008 03:23
Por toda a eternidade procurei me erguerA um lugar onde ninguém pudesse me tocar
No alto de uma torre
Cercada por monstros e muralhas
Armas de auto defesa
Hoje me encontro nela
Protegida, de tudo e de todos
Pela sacada posso vê-los onde nunca quis estar
Vendo-os brincar ainda posso rir
Mas meu sorriso, não vêem
Eu consegui, estou sozinha
Finalmente esquecida pelo resto do mundo
Mas então... Eu queria mesmo isso?
Ninguém vê meu rosto
Ninguém lembra a cor dos meus olhos
Não sabem mais dizer meu nome
Eu deveria me importar?
Era isso o que queria, não?
Fecho os olhos buscando meu sono eterno
Mas fantasmas insistem em confundir
Sinto seus olhos em mim
Zombam
Riem
Fazem-me lembrar no que me transformei
Velhas cicatrizes começam a se abrir
O chão frio é manchado pelas gotas de sangue
O coração envolto a arame farpado
Apertando-o a cada minuto
Sem dó, sem piedade, sem pensar...
Estou vivendo o mesmo tormento
Voltando a realidade
Sentindo novamente as dores de ser mortal
Não quero, não consigo...
Névoas e trevas invadem meu leito
Querem me levar de volta
Ou me expulsar de uma vez por todas
Percorrem todo o chão cobrindo o sangue
Cercando meus pés
Envolvendo meu corpo
Tornando-se segunda pele
Meu corpo se torna frio
As unhas se transformam em garras
Mortais e venenosas
O sorriso sarcástico e obscuro volta ao rosto
Trevas se espalham ao redor
Em minha cabeça se juntam
Na forma de uma coroa
Olhos negros fitam o horizonte
Estou de volta...
(Meu novo passatempo...Dark Art)
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